ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sábado, 26 de julho de 2025

ETERNO APRENDIZ

 


E entre os pobres, lá estava eu
passando à molecada como se pode ser feliz
mostrando que não está entre os cobres,
a felicidade que eu sempre quis.
E entre os tristes, lá estava eu
como se fosse um mestre ensinando a ser feliz,
mas era só um aprendiz da felicidade que eu sempre quis.
E entre os rapazes com brilhantina, lá estava eu,
encaracolado, enrolado no cabelo e em mim mesmo,
não impressionava tanto as meninas,
mas era dono de mim mesmo,
viver a esmo, era meu jeito próprio de ser feliz.
E no fim, da estrada, entre os esquecidos, estou eu,
até que alguém me diz:
‘olhe para trás, veja tudo o que semeou,
toda a jornada compensou,
todo mundo fala de você’.
É... talvez seja essa a felicidade que eu sempre quis.
Mas dela, não quero ser Mestre,
quero ser eterno aprendiz.
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( imagem Aprendiz de felicidade )

quarta-feira, 23 de julho de 2025

QUADRO TRISTE!

 


E nessa de ‘cada um por si’,
de ‘não é comigo, que se danem’
vamos juntos para o mesmo abismo.
Eis o triste quadro: 
Uma multidão reunida em solidão,
afundada em egoísmo.
 
Não se enganem, zumbis peregrinos;
a mão que hoje nega ajuda,
amanhã pede que lhe acuda, 
porque os sinos, os sinos da verdade, 
repicam a todo momento por toda a humanidade. 


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(Imagem Elos7)
 

sábado, 19 de julho de 2025

A SOLIDÃO QUE EU ESCOLHI.

 

Ah, essa solidão…
Por muitos temida 
pelo poeta escolhida 
estilo de vida 
por sua própria razão.
À essa solidão que a muitos maltrata,
o poeta faz serenata em noites estreladas,
anda de mãos dadas em tardes ensolaradas.
Ao poeta nada mais é preciso 
que estar consigo,
a solidão é seu abrigo.
Num mundo tão surdo, mudo e cego,
Nada melhor para o ego 
que ser seu próprio amigo.
Claro que o poeta gosta de gente,
mas é uma solidão diferente,
que somente o poeta pode entender
o paradoxo de um coração.
É que às vezes quando mais pede para o mundo lhe ver,
mesmo estando em multidão,
ele sente a pior solidão
que é quando seus olhos veem o mundo, mas o mundo não quer saber.
Melhor então que seja uma solidão escolhida,
que sabe aonde vai e rema a própria vida.

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( Imagem Vecteezy - Google )

quinta-feira, 1 de maio de 2025

DEPOIS DA CHUVA, O SOL.

Aquela nuvem passageira
chovendo pelas ruas e quintais,
ora mansa, ora em temporais,
era eu, sem esperança, de alma nua, derramando meus ais.
‘Que tristeza daquele rapaz!’.
Hoje deixei de ser nuvem choradeira
para ser Sol de forma derradeira,
alcancei meu arrebol à minha maneira,
aprendi a esconder meus ais,
não, não endureci, apenas cresci,
hoje não choro mais. 

Ver 


 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

UM POUCO ALÉM DE MIM


Serpenteava silenciosa entre as pedras,
deslizava em subidas e descidas
como cobra sorrateira,
mas não era tão venenosa assim.
Às vezes chorava no espelho, saía de olhos vermelhos, 
mas nem era tão solitária assim.
Rugia como um trovão,
parecia um poderoso vulcão, 
anunciando um temeroso dilúvio,
mas não era tão brava assim.
Às vezes era filete d’água, braço de ribeirão,
mas, não era tão tímida assim.
Inebriava de manhã, 
como cheiro de hortelã, 
mas nem era tão doce assim.
Alçava voos, superava os montes, 
como se fosse furar o horizonte, 
mas não era tão ousada assim.
Era desse jeito que a poesia saía de mim.
Faltou um Q de cada sentimento para que ela fosse um pouco além do fim,
mas isso não é tão defeito assim,
talvez eu goste de morar dentro de mim.
 
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( Imagem depositphotos )



quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

EU SOU DE “OLIVEIRA”

 


Eu sou de Oliveira.
De meus galhos, a pomba levou um ramo a Noé
anunciando depois da aguaceira, a calmaria e a bonança
para quem teve esperança e fé.
Eu sou o mais doce azeite
para pleno deleite, 
num manjar, num simples jantar, ou numa grande festa.
Meus ramos dão um lindo enfeite.
Meu óleo em cruz na testa
ungiu profetas, sacerdotes e sábios.
Esse é meu grande dote;
Amansar corações e adoçar lábios.
No Jardim das Oliveiras, Ele costumava se retirar
para refletir sobre Seu nobre papel.
No Monte das Oliveiras, Ele nos ensinou a rezar
O Pai Nosso, o Pão Nosso, 
o Perdão Nosso de cada dia para quem sabe perdoar.
Do Monte das Oliveiras, Ele saiu réu.
Do Monte das Oliveiras, foi alçado ao céu,
depois de mudar a história inteira.
Que feliz eu sou,
porque eu sou Carlos... nasci de Oliveira.
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(  CARLOS DE ...  "OLIVEIRA )
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( Imagem Shutterstock )

sábado, 24 de agosto de 2024

A MATA É MÁGICA!

 


Todos os dias quando vou trabalhar, passo numa estrada de terra de uns 8 km, dentro de uma floresta nativa, de rigorosa preservação. Evidentemente não se pode dirigir em alta velocidade, mas eu passo devagar, não por causa da proibição em si que busca minimizar o risco de atropelar animais silvestres, mas é mais por respeito mesmo. É como se eu pressentisse espíritos das matas, olhos me espreitando por entre as folhagens, ou nos galhos. Já vi muitos bichos de perto: preguiça, veados, tamanduá, gato do mato, cachorro do mato, raposa, muitas espécies de macacos, pássaros e borboletas raras. Coisas que me encantam. Mas a mata não é só isso. Ela desenha figuras pra gente assim como as nuvens fazem no céu. De vez em quando, desço do carro. Olho pro tronco de uma árvore e vejo uma carranca de índio. Uma casca de árvore no chão me mostra um lagarto, um teiú. Um galho torto na margem da estrada, me lembra uma cobra ameaçando o bote, com a cabeça alçada. Já desviei de um tronco caído porque confundi com um bicho se mexendo.
Bem no alto de uma árvore, avisto uma grande ave de rapina, mas não é, é a folhagem que parece abrir as asas para o vento. Sem contar os ruídos, como se alguém andasse por entre as árvores frondosas. E claro, a orquestra natural que fazem os pássaros e outros bichos que cantam, uns agudos, outros tímidos, outros tristes, outros alegres, outros sinistros, outros curiosos. Isso me remete à infância quando do alto de um morro, contemplava o rio, e do outro lado, a floresta. Eu tinha tanta vontade de ir lá, já até escrevi: ‘Quantas vezes sobrevoei, mentalmente aquela floresta, como se fosse um Peter Pan’. A Mata é mágica! A Mata não é uma vegetação, é um Espírito!

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( IMAGEM Mallunogueira.paisagismo- Google )